terça-feira, 31 de março de 2009
O preço da aventura
De 2001 a Dezembro de 2008, o Departamento de Defesa dos EUA gastou, com a guerra do Iraque, 533,5 mil milhões de dólares.
O Culpado
Na primeira página do Diário de Notícias, de 27 de Março, leio:
"As muitas criticadas mudanças territoriais entre a GNR e a PSP decididas pelo Governo e que levaram à transferência de 600 mil (sic) agentes de uma força para a outra, contribuíram para o aumento da criminalidade. Algumas das maiores subidas coincidem, precisamente, com os destinos onde esta reorganização, iniciada por António Costa, teve mais impacto: Lisboa, Porto e Setúbal."
Isto não é apenas mau jornalismo; é maldade destilada.
sábado, 28 de março de 2009
Mais perplexidades
Transcrevo, daqui, a propósito de um julgamento, em S. João da Madeira, por tráfico de estupefacientes:
Vão cumprir pena de cadeia ainda Alfredo Moura (sete anos), Fernando Rocha (seis anos), João Manuel (cinco anos e seis meses), João Quinzito (cinco anos) e António Ferreira (dois anos e seis meses) No final da leitura da sentença, que foi rodeada de apertadas medidas de segurança, o juiz-presidente António Alberto lembrou aos arguidos que “se fosse noutro País”, as penas seria “largos anos de cadeia”, considerando a moldura portuguesa “quase vergonhosa”.
1. Pode/deve um juiz, não tendo transitado a decisão, fazer declarações de tal jaez?
2. E fazendo-as, não tinha obrigação de dizer qual esse país em que gostaria de ser juiz?
3. E indicando o país, não era moralmente obrigado a explicar a tal moldura que o encanta?
Moralidade: a justiça não se faz por impulsos, parece-me.
Perplexidades
Fico perplexo quando ouço um juiz, putativo garante dos direitos e das liberdades, defender a "inversão do ónus da prova" em processo penal. Na história da civilização, o princípio de quem acusa tem o ónus da prova, foi uma conquista para a dignidade da justiça. Voltar atrás, seja para que tipo de crime se defenda, nomeadamente o de corrupção, seria abrir a porta ao arbítrio e, quem sabe, a outras violências.
Luís de Miranda Rocha
Dois anos depois da sua morte, a memória.
Estou aqui. Há quanto tempo,
já não sei. Minha memória,
sobre ti me reclino, o meu olhar
já tão deserto. E povoado.
Do livro As Mãos no Ar, 1976
Estou aqui. Há quanto tempo,
já não sei. Minha memória,
sobre ti me reclino, o meu olhar
já tão deserto. E povoado.
Do livro As Mãos no Ar, 1976
sexta-feira, 27 de março de 2009
Corrupção
O Seminário "A Economia da Corrupção nas sociedades desenvolvidas contemporâneas", promovido pelo CEPESE, foi o melhor dos muitos a que já assisti. Novas abordagens por quem não é polícia ou magistrado permitem-nos uma análise mais científica sobre o fenómeno, fugindo aos palpites com que muita vezes perdemos o nosso tempo.
domingo, 22 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
Também as línguas
em extinção. Nada que Claude Hagège já não pressinta em Halte à la mort des langues. Por via disto também a biodiversidade fica a perder.
Racismos
A propósito de um artigo sobre racismo entre os jovens alemães, encontrei o comentário que transcrevo:
À tous ceux qui veulent des quotas et tous ceux qui pensent que le vase déborde: sur une année, 80% des décès sont luxembourgeois, 90% des naissances portugaises et 5% seulement luxembourgeoises. Dans combien d'années y aura-t-il plus d'étrangers que de Luxos? Alors qu'allez-vous faire?Expulser qui?
Espero que acabem depressa com esse discurso do investimento público apenas para os portugueses.
Direito de Veto
Desde 1946, 261 foi o número de vezes que o direito de veto foi utilizado pelos cinco membros permanentes das Nações Unidas. Já não se justifica tal direito ou é ainda condição de sobrevivência da instituição?
domingo, 15 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
A causa das cousas
Isto dos juízes no futebol, há muitos e há muito. Desde um conselheiro que foi presidente da assembleia geral do Sporting a um outro presidente de um tribunal da Relação que foi do conselho fiscal do Benfica, o casamento era perfeito, dignificavam-se mutuamente e ninguém se incomodou. Até ninguém se interrogou sobre se viajavam ou não a bem do futebol. Só quando uns poucos foram suspeitos do Porto, aí é que caíu o Carmo e a Trindade. É por estas e por outras que qualquer dia passo a ir ao Dragão.
Crianças
Nos Estados Unidos da América, uma em cada cinquenta crianças não tem uma casa para dormir, o que totaliza um milhão e meio.
domingo, 8 de março de 2009
3 tristes cromos
O Conselheiro Mortágua serviu a justiça com inexcedível dedicação e reconhecida competência técnica. Como muitos outros magistrados judiciais, e no âmbito dos seus direitos cívicos, participou em actividades ligadas ao futebol. Há uns dias, numa audiência de julgamento, teria proferido algumas declarações que um jornalismo sem escrúpulos rapidamente distorceu. Aproveitando a boleia, lá vieram estes 3 tristes cromos, que não chegam nem chegarão, em dedicação e competência, aos calcanhares do Conselheiro Mortágua, desfalar das moralidades salvíficas em que são peritos. Por mim, continuo a preferir o Conselheiro Mortágua e o que com ele aprendi nos acórdãos que subscreveu. Apesar do futebol, que não frequento.
*Declaração de interesses: o Conselheiro Mortágua é do Norte, claro.
sábado, 7 de março de 2009
Verbos
O que se vai passando na justiça, sei-o pelo que aqui se reproduz e discute. Uma notícia do DN sobre o mérito e demérito dos Senhores Juízes, e o modo de os avaliar, suscitou um número significativo de comentários. O autor da notícia, o jornalista Carlos Lima, também apareceu por lá, desinibido e bem-disposto. O que eu penso sobre a justiça é que essa coisa da avaliação não vai resolver o seu lado obscuro. Aos poucos maus juízes, seja qual for o critério, são aplicadas penas irrelevantes que satisfazem o sentimento ético da classe. Aos outros, uns são muito bons e os restantes aspiram a sê-lo. Creio que o problema da justiça não é este. Se fosse este, a resolução seria fácil.
Outro
António Costa é presidente da Câmara de Lisboa e foi ministro da Administração Interna. António Costa é um putativo sucessor de Sócrates. Deu agora em criticar a Polícia de Segurança Pública, o que é o mesmo que criticar Rui Pereira, actual ministro da Administração Interna. António Costa é capaz de ter razão, digo eu que não sou militante do Partido Socialista. Bem sei que Rui Pereira fez gato sapato de tudo o que foi propósito do seu antecessor. Até ao silêncio levou Magalhães, o ex-prolixo secretário de Estado que herdou de Costa. Eu, sendo Sócrates, não teria gostado.
Curiosidade: Costa falou no mesmo momento em que o PSD, no Parlamento, questionou o Governo sobre políticas de segurança.
sexta-feira, 6 de março de 2009
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