sábado, 29 de maio de 2010

Slutet


quinta-feira, 27 de maio de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Apenas

O discurso das penas nunca foi o discurso da eficácia. Há muito que se sabe que não é a medida das mesmas que dissuade. Se assim fosse, o crime teria desaparecido da China ou do Japão. Por outro lado, as penas não são exercícios de vingança social. Nunca será demais dizê-lo em nome da civilização. Quando o discurso das penas é apenas um discurso, por mais apoios indignados que concite, é a verdade da justiça que se ilude. O que é pena.

Velhos inimigos

Paul Krugman

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Whitney Harris

Whiney Harris, 1912-2010

Catequese

O professor comentarista ainda não aprendeu que a verborreia não santifica.

domingo, 16 de maio de 2010

Desilusão

Não esperava isto do Partido Comunista Português.

Jurisprudência corporativa

Não comete o crime de injúria um Conselheiro aposentado do Supremo que apelide outrem de recoveiro, passarinheiro, e insignificante, sem intenção de injuriar, mas apenas como reacção contra a ofensa de ser propositadamente confundido com esse indivíduo, de baixa categoria mental.
(Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 25/2/1959, in Revista dos Tribunais, 77, 126)

Insólito

A Polícia Judiciária passa atestados de competência a "magistrados do DCIAP e do TCIC de Lisboa titulares do inquérito" no âmbito do qual foram apreendidos 200o quilos de haxixe. Quem sabe se este não terá sido o resultado positivo desta reunião.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Excessos

No tamanho de uma vida, não há quem não se exceda. Até os jornalistas, nomeadamente na gramática. Eu sei que vivemos numa época em que criminalizar, mais do que uma tentação, parece ser um destino. Daí a querer pôr na prisão um excesso vai a distância do bom senso. Às vezes, ele, o bom senso, também falha. Por excesso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Antes o outro

Se o que ouvivi, na RTP1, num programa chamado Prós & Eles, é o céu, antes o inferno.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Elena Kagan

Uma biografia que justifica uma nomeação.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Novos aforismos

Antes uma hipotética prescrição de que uma leviana acusação.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As escutas, ainda

O Código de Processo Penal distingue, com clareza, meios de obtenção de prova e meios de prova. Nos primeiros, integra a intercepção telefónica. Dado que se trata de um meio particularmente insidioso, rodeou a sua autorização, realização e utilização de significativas cautelas, nomeadamente a da tutela contínua de um magistrado judicial. É inequívoco que o seu (ab)uso está restringido ao âmbito desse Código. É, por isso, ilegal a utilização da prova obtida por aquele meio para fins disciplinares ou administrativos. Não menos ilegal será a sua utilização por qualquer comissão de inquérito, mesmo que seja uma das ditas da Assembleia da República.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Privacidades nossas

Em 12 de Fevereiro de 2010, pelas 16h45m, o Ministro da Justiça assistiu à inserção do primeiro perfil genético na base de dados nacional criada para o efeito, nos termos da Lei nº 5/2008, de 12 de Fevereiro. Tenho dúvidas de que, hoje, já se tenha chegado às duas dúzias.

Desconfi(n)anças

Não percebo nada de finanças, nem das públicas nem das privadas. Mas desconfio dos especialistas das ditas quando se tornam desalmadamente adivinhos. Com professores Karambas não se faz o futuro, penso eu de que.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Privacidades outras (2)

No Reino Unido, em 31 de Março 2009, 4 859 934 indivíduos (9,1% da população) tinham o seu perfil genético no National DNA Database, o que correspondeu a um aumento de 11% relativamente ao período anterior (2007/2008). 4 em cada 5 perfis respeitavam a homens.

O número de perfis obtidos de voluntários era de 36 093.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Justiças plenárias

Mário Sacramento, Manuel Augusto Domingues Dias de Andrade e José Maria de Oliveira Gouveia foram julgados, por actividades subversivas, em Junho de 1958, no Tribunal Plenário do Porto.
O tribunal era constituído pelos juízes João Ribeiro Vieira de Castro, presidente, e Mário Valente Leal e Azevedo Soares, vogais.
Manuel de Jesus Meneses representava o Ministério Público e os advogados Coelho dos Santos, Raul de Castro e Alexandre Babo defendiam os réus.
Mário Sacramento, em 22 de Abril de 1968, no seu Diário, comenta o que acontecera 10 anos antes:

O juiz-presidente era o tipo do inquisidor nato: imbecil, fanático, despótico. Interrompendo tudo o que pudesse favorecer a defesa. Quando o Sarabando depôs, ao ouvi-lo referir-se ao Salazar, atalhou:
- Deixe o Sr. Presidente do Conselho em paz! Ele está a trabalhar, no seu gabinete, para bem de todos nós!
Por sarcasmo de Belzebu, era proprietário de uma loja de brinquedos, onde decerto havia metralhadoras de plástico, pistolas de lata e tambores… de pele suspeita.
O Azevedo Soares, entre parêntesis Carcavelos, representava o direito de sangue. Salvava as aparências da justiça, com as chamadas perguntas à inteligência e a pose afidalgada dum Salomão de 3ªB.
O Leal, por último, o plebeu promovido, que, como manda o mito, fazia aquilo pelos cabelos, coitado, e a quem cumpria ser a capa protectora, por ser da oposição (no íntimo) e só por causa dos feijões se sujeitar ao entremez. De qualquer modo, estiveram horas para dar a sentença, o que foi atribuído às objecções dele.
O delegado também passou por santinho, o que não trouxe prejuízo à causa, uma vez que a parelha Vieira de Castro-Azevedo Soares (Cascaveis) era imbatível.
Quanto ao meu advogado –o Armando Bacelar-, foi sem dúvida um factor positivo, na medida em que pôs a sua inteligência, sentido político e largo treino destas anadanças ao serviço de sucessivos adiamentos e distorções processuais. Mas aconteceu, logo por azar, que também ele caiu sob a alçada da repressão e teve de esconder-se longos meses, pelo que fui forçado a improvisar-lhe uma substituição.

domingo, 2 de maio de 2010

Privacidades outras (1)

Em França, em 31 de Dezembro de 2009, onze anos após a sua criação, o FNAEG (Fichier national automatisé des empreintes génétiques) contava com 1 276 769 perfis genéticos, quase 2% da população francesa.
280 399 desses perfis dizem respeito a pessoas condenadas judicialmente e serão conservados durante 40 anos.
934 112 são perfis respeitantes a pessoas "mises en cause dans des affaires judiciaires" e serão conservados durante 25 anos.

sábado, 1 de maio de 2010

ADN

Agora que tanto se fala, ainda que com um atraso de alguns anos, da Base de Dados de ADN, a leitura desta decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem é absolutamente fundamental.

Rating

Uma reunião em que o Ministério Público baixou de nível.