Os documentos não são, definitivamente, as fontes preferenciais para o estudo da paisagem na sua dimensão material, objectivo que cabe mais aos arqueólogos do que aos historiadores, embora estes possam oferecer dados quanto à morfologia concreta das diversas unidades de paisagem. Afirmar a importância das fontes escritas neste campo implica reconhecer a necessidade de as complementar com a análise de outro tipo de fontes, desde logo as arqueológicas, por forma a superar a clivagem entre mutações documentais e sociais que está na raiz, por exemplo, da linha fundamental que via nos séculos X a XII (quando a documentação escrita começa a ser relevante) o período de formação das estruturas fundamentais da paisagem europeia, quando hoje se percebe o peso que os períodos anteriores, altimedieval mas também antigo e proto-histórico, desempenharam nesse processo.
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