O
último filme de Woody Allen é uma estória sobre a justiça desprevenida que habita em cada um de nós. Nos momentos mais
imponderáveis da vida, ela, a justiça desprevenida,
surge indomável e discursiva. Não haverá quem já não tenha proferido uma
sentença de condenação à morte; ou, pelo menos, de condenação a uma pena de
reclusão perpétua. A história da civilização tem sido, também, o combate contra
essa irracionalidade. O valor da
vida, o castigo como esperança, a equidade do julgamento, são o seu resultado.
Apesar disso, o estigma do juízo sumário permanece, amplificado pelas primeiras
páginas de jornais ou pelos horários nobres (que ironia!) das televisões.