sábado, 3 de outubro de 2015

Uma justiça irracional

O último filme de Woody Allen é uma estória sobre a justiça desprevenida que habita em cada um de nós. Nos momentos mais imponderáveis da vida, ela, a justiça desprevenida, surge indomável e discursiva. Não haverá quem já não tenha proferido uma sentença de condenação à morte; ou, pelo menos, de condenação a uma pena de reclusão perpétua. A história da civilização tem sido, também, o combate contra essa irracionalidade. O valor da vida, o castigo como esperança, a equidade do julgamento, são o seu resultado. Apesar disso, o estigma do juízo sumário permanece, amplificado pelas primeiras páginas de jornais ou pelos horários nobres (que ironia!) das televisões.