quinta-feira, 28 de junho de 2012

Conflitualidades

Uma das características da democracia, da nossa, tem sido a de uma constante conflitualidade entre o governo e o procurador-geral da República. Independentemente dos partidos políticos que determinam os governos ou das diferentes personalidades dos sucessivos procuradores, a coesão institucional, que deveria existir na prossecução de fins que são comuns, tem sido relegada para uma tensão que parece impossível de ultrapassar. De Laborinho Lúcio e Cunha Rodrigues a Paula Teixeira da Cunha e Pinto Monteiro, para além de alguns cambiantes ocasionais, é um sistemático desacordo o que tem regido as suas relações de poder. Apesar disso, apesar dessa tensão, o cargo de procurador-geral da República tem-se mostrado estável. Cunha Rodrigues saiu quando achou oportuno, Souto Moura terminou, heroicamente, o seu mandato, e Pinto Monteiro não abdicou de cumprir o respetivo prazo.

Adenda: Há leitores preciosos. Onde está Cunha deve ler-se Cruz. Penitencio-me pelo lapso.