Estão no rés-do-chão da escala social. Com eles, é fácil o exercício da autoridade. A tentação do abuso é frequente, não vale a pena ignorá-lo. Um cidadão estrangeiro morreu, resultado de uma agressão segundo a autópsia, ocorrida no Espaço Equiparado a Centro de instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa. Este espaço é tutelado por uma polícia, e qualquer cidadão que aí se encontre, independentemente das razões, deve ver a sua dignidade e a sua vida acauteladas pelo Estado. Um espaço desta natureza justificaria ser monitorizado continuamente por um sistema de imagem e som, o que penso não acontecer. Há justificações que o Ministério da Administração Interna terá de dar, não se podendo ocultar pelos diversos segredos que, em idênticas alturas, são argumento de recurso. Não deixa de ser uma ironia trágica que esta morta tenha ocorrido num aeroporto que tem o nome de Humberto Delgado.