Em inquérito com 1516 inquiridos, concluiu-se que a justiça "é a instituição em que os portugueses menos confiam". Uma justiça que não é confiável, em que não se acredita nem se respeita, precisa de ser repensada. Ao longo dos anos, a descredibilidade da justiça tem sido uma constante. As costas largas da lei, estas sempre invocadas pelos respetivos operadores em jeito de passa-culpas, já não convencem, mesmo os leigos.
No DN noticia-se mais uma absolvição num processo que permitiu, ao longo dos anos, juízos sumários, ou não fosse um dos arguidos um político conhecido. O juiz que presidiu à audiência não se terá coibido de dizer, a final, dirigindo-se aos arguidos: "Os senhores vão todos absolvidos porque não há prova. Olhando para a acusação, como ela está estruturada, a mesma não tinha sentido".
Talvez mais preocupante do que a fuga de um arguido ao cumprimento de uma pena de prisão, não deixará de ser a existência de acusações que não tenham sentido.