O problema do segredo de justiça é recorrente: faz parte do lado atávico
da investigação criminal. Não se combate com censura mas com liberdade. Onde
não há informação, o espaço mediático é preenchido pela desinformação. Onde não há justiça a tempo, há injustiça a destempo. A consequência da sua violação
não é tanto a da eficácia/ineficácia da investigação, como às vezes se
sustenta, mas a do valor/desvalor moral e cívico do cidadão. A tentação de uma
justiça sumária subjaz, ao fim e ao cabo, ao incómodo do segredo de justiça.