Há muitos anos que a comunidade internacional sabe que o narcotráfico
tomou conta da Guiné-Bissau. No Público
de ontem, foi publicada uma excelente reportagem sobre duas mulheres que
empenharam todas as suas forças contra aquele flagelo: Carmelita Pires, que foi
ministra da Justiça, e Lucinda Barbosa, que foi diretora da Polícia Judiciária.
Tive a oportunidade de ter falado algumas vezes com a Dra. Lucinda Barbosa e de
ter promovido uma sua ida a Bruxelas para, num âmbito de uma reunião de
polícias europeias, expor os dramas do combate ao narcotráfico na Guiné-Bissau
e das suas manifestas insuficiências. Portugal poderia ter feito mais e melhor,
tanto no auxílio material como na motivação internacional. Talvez houvesse quem
pensasse que eram questões alheias, esquecendo que não há fronteiras para o
narcotráfico nem para o seu combate.