Hoje, com a presença do primeiro-ministro, reúne-se a comissão multidisciplinar para a prevenção e o combate à violência doméstica. Há dez anos, pelo menos, que tal comissão deveria existir. Este andar atrás da história diz bem da inércia que tem rodeado a violência doméstica, do atavismo e do preconceito sobre um fenómeno cuja força socialmente devastadora ainda não interiorizámos. Enquanto o mantra da corrupção continua a entreter os discursos, sofre-se e morre-se no feminino.