Em recente conferência internacional realizada no Porto, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça proferiu incisivas considerações sobre a incultura judicial na elaboração das respetivas decisões: "fraseologia complexa, eruditismo, considerações sociológicas, filosóficas e outras, tudo numa amálgama que torna aquilo que deveria ser facilmente apreensível num quebra-cabeças."
Do que conheço, trata-se de uma prática que contamina as várias instâncias, ainda que, naturalmente, seja mais visível nas instâncias de recurso. A formação irrelevante nesta matéria e a ausência de um exercício crítico dentro do próprio sistema tornará difícil reverter o quebra-cabeças.