Ao longo da minha vida profissional, tenho analisado largas centenas de processos respeitantes a suicídios. Suicídios de mulheres e homens, de velhos e novos, de médicos e engenheiros, de juízes e procuradores, de polícias e reformados, de pobres e ricos. Nunca ninguém investigou as razões concretas, se elas existiam, desses suicídios. Nem os tribunais, nem os sindicatos, nem os ministérios. O suicídio, pensava eu, era algo de tão impenetrável como a vida. Afinal, nos tempos que correm, as razões dos suicídios também podem ser exercícios de demagogia.