Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, em
entrevista ao Expresso de ontem, volta a afirmar a irrelevância criminal das
escutas telefónicas respeitantes a José Sócrates, o que o levou a determinar a
sua destruição. Que quase quatro anos depois Noronha do Nascimento venha dizer
que ainda não sabe se a sua ordem foi cumprida, é que não pode deixar de
preocupar. O que teria sido óbvio, face à decisão do presidente do Supremo, é
que quem tivesse a guarda das respetivas gravações procedesse à sua destruição,
lavrasse um auto desse ato e o remetesse, ou cópia dele, à entidade que
proferiu a decisão, o que, com certeza, não aconteceu. Um Estado de Direito não
pode consentir a dúvida de Noronha do Nascimento.