Não há diferenças entre a visão apocalíptica de Medina Carreira, o tom galhofeiro de Ricardo de Araújo Pereira, a vocação angelical de Pedro Mexia, o peso académico de Nogueira Leite, o delírio profético de Francisco Louçã, a mística securitária de Paulo Portas, o passado industrial de Henrique Neto, a corrida solitária de Marcelo Rebelo de Sousa, a teimosa simpatia de Jerónimo de Sousa, a certeza metódica de Mário Crespo, ou o benfiquismo impoluto de Fernando Seara. Apesar disso, são estas indiferenças que nos tomam conta da vida, em ruído permanente, quando temos de jantar num restaurante onde o patrão entende que a televisão ligada faz parte da ementa.