Em 1959, Aveiro comemorou o primeiro milénio da sua existência e o segundo centenário da elevação a cidade. De 4 a 6 de julho, Américo Tomás visitou-a. Lá estive, à beira do canal central, a bater palmas à chegada de Sua Excelência, integrado num grupo de alunos da escola primária da Vera Cruz. Ao recolher alguns elementos dessa época, dou com uma notícia que me fez reviver a recordação vaga e mítica de que, com a visita do Presidente da República, até pão fresco tinha havido ao domingo. É do Diário de Lisboa, de 6 de julho, que transcrevo:
“Esta progressiva cidade continua a viver em atmosfera excepcionalmente festiva. Havia já muitos anos que não se verificava um dia tão concorrido como o de ontem. As provisões de boca esgotaram-se completamente. À noite não havia que comer, quer em restaurantes quer em modestas casas de pasto.
Em desacordo com a lei, que não permite a sua manipulação ao domingo, houve que fabricar, à pressa, grandes quantidades de pão. O número de forasteiros excedeu em muito o que se esperava, dando uma vincada nota de entusiasmo.”