quarta-feira, 5 de junho de 2013

Leituras


OS MÁRTIRES DA LIBERDADE

As forcas em que os doze Mártires da Pátria morreram, na Praça Nova, foram mandadas colocar por D. Miguel no mesmo sítio onde, anos antes, haviam sido lançados os alicerces de um monumento que a cidade queria construir em memória da Revolução Liberal de 24 de agosto de 1820. Houve um tempo em que a forca era amovível. Montava-se onde os tribunais decidiam que devia ser executada a pena. Os ladrões, os assassinos, os facínoras, em geral, eram enforcados nos locais onde os crimes haviam sido cometidos. Os políticos eram executados nos sítios de maior movimento das cidades, com o evidente propósito de dissuadir quem quer que fosse a atentar contra a chamada ordem pública. Os cadáveres dos Mártires da Liberdade, depois de decapitados, foram a enterrar no Adro dos Enforcados que ficava onde agora se erguem as novas instalações do Hospital de Santo António, face à atual Rua de Alberto Aires de Gouveia, antiga Rua da Liberdade. Atualmente, os restos mortais daqueles patriotas repousam num mausoléu que está no talhão privativo da Santa Casa da Misericórdia do Porto, no cemitério do Repouso.
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