terça-feira, 11 de junho de 2013

A bem da Nação

Quando comecei a assinar ofícios, era delegado do procurador da República, interino, todos terminavam com essa expressão que se manteve durante décadas: A Bem da Nação. Com a irreverência própria da idade e a crença de que a revolução também passava por aí, disse ao funcionário que trabalhava comigo que, no futuro, só assinaria ofícios em que a saudação final fosse A bem da Nação. Respondeu-me, em pânico, O senhor doutor não sabe no que se mete. Não o demovi dessa convicção e, assim, continuei com o bê maiúsculo e a má consciência de que estava a pactuar com o fascismo.