Quando os cidadãos não se revêem no Ministério Público, o problema não é
apenas daqueles mas também deste. A apreciação continuadamente negativa que é
feita do desempenho do Ministério Público, bem longe da apreciação positiva de
há cerca de uma década, deveria ser o centro das preocupações de quem o gere e
de quem o representa. É urgente uma magistratura voltada para o exterior,
companheira das grandes preocupações sociais e não parceira de conluios
estratégicos. Enquanto não se reconhecer que não há autonomia sem competência e
que não há competência sem hierarquia, serão vãs todas as retóricas que
pretendam justificar um desempenho que a sociedade não legitima.