segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Memórias

Já devo ter contado esta estória. Em 23 de junho de 1973, estive em Vagos, na inauguração do Palácio da Justiça. Com pompa e circunstância, teve a honra da presença do Professor Marcelo Caetano. Não era para menos já que de Vagos era natural o Ministro da Justiça de então, o Professor Mário Júlio de Almeida Costa. Exercendo funções de delegado do procurador da República, interino, na comarca vizinha de Albergaria-a-Velha, o adjunto do Procurador da República, em Aveiro, telefonou-me a aconselhar-me a estar presente na cerimónia. Lá fui, à boleia, num sábado de que me recordo o sol. Na sala de audiências, cheia de magistrados de preto, com a farda do ofício, senti-me um estranho. Não sabia que tinha de ir a rigor. No local da falta, o adjunto não deixou de anotar o que ele considerava uma displicência. O que eu anotei, porém, foi a sobranceria do Presidente do Conselho, que tinha sido meu professor, ao passar entre os magistrados. Voltei ontem, pela primeira vez, ao Palácio da Justiça de Vagos. Continua a ser uma bela homenagem ao Professor Mário Júlio de Almeida Costa.