sábado, 14 de janeiro de 2012
Sair do armário
Um amigo, particularmente curioso, perguntou-me o que tinha ido fazer a Lisboa. Respondi-lhe que tinha ido a uma reunião da minha loja. Tendo tanto da curioso como de crédulo, ouvi-lhe esta frase sibilina: Pois, com esta turbulência toda... Num tempo em que a identidade, em todas as suas vertentes, está em cima da mesa e em que proliferam os diversos orgulhos, incluindo o de ser do Futebol Clube do Porto, os segredos pertencem, cada vez mais, ao lastro da história. Ou aos programas de má televisão. Não sou maçon, o que até ao momento não deixava de ser um segredo. A verdade é que nunca fui convidado para o efeito (será a expressão adequada?). Se o tivesse sido, não tenho a certeza de que não teria caído em tentação. As declarações que por aí abundam, incluindo a do versátil Moita Flores, não me comovem. Tenho-as à conta, tal como na instrução primária, da sábia postura de pôr o dedo no ar. O que a Ministra da Justiça parece desconhecer é que a curiosidade de querer saber quem é, é também um ataque à liberdade de quem não é.