Em Aveiro, entre 25 de março e 25 de abril, ocupava o Rossio. O Rossio era um largo de terra batida, rodeado de palmeiras que ainda lá permanecem, e à beira de um braço da ria. Além da Feira, tinham guarida no Rossio centenas de camionetas que, entre maio e outubro, transitavam a caminho de Fátima. Vivi a minha infância à ilharga desse largo. A memória que retenho, ainda que não só, é a de um cheiro intenso a refogado e a urina. Os feirantes e os peregrinos faziam do largo a sua habitação ocasional. Entre a feira e a fé, a distância era pequena.