domingo, 17 de março de 2013

Leituras


É que, sempre que alguém era preso, acrescentavam-se as denúncias e novos processos se abriam e outras prisões se seguiam. E se, nos primeiros tempos, apenas foram presos membros da família de António da costa e Brites da Costa, eles estavam ligados a outras famílias, que logo começaram também a ser incomodadas. Instalou-se, assim, um ambiente de medo, denúncias e suspeição e nenhum cristão-novo de Carção poderia dormir descansado. E, então, antes que a Inquisição viesse prendê-los, alguns tomaram a iniciativa de irem apresentar-se ao tribunal, confessar que tiveram práticas judaicas, pedir perdão dessas faltas e prometer não as repetir. Certamente que isso seria levado em conta e o castigo sempre seria menor.
E começou assim uma verdadeira procissão de gente de Carção para Coimbra a apresentar-se na Mesa da Inquisição. (pag. 44)