quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Negativamente
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Positivamente
A utilização de meios de controlo eletrónico em substituição da prisão é um passo civilizacional. Entre 2015 e 2020, o aumento do seu uso em cerca de 125% mereceria ser saudado como uma das grandes revoluções judiciárias em que o Ministério da Justiça se tem empenhado. A prisão, como paradigma da sanção penal, virá a ser, paulatinamente, substituída.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Questão de ética
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Labéu
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Cargos, encargos
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
O passageiro
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
A comissão 2
Creio que a comissão não se destina a lavar a face da Igreja Católica. Por isso mesmo, custa a compreender o exercício de marketing que tem rodeado a sua criação. Menos se compreende que um dos seus comissários, com sérias responsabilidades institucionais, venha a público garantir que a Igreja Católica, nos casos conhecidos de abuso sexual envolvendo os seus membros, nunca tentou influenciar a investigação. O que a Igreja escondeu ou não escondeu será também uma das finalidades da comissão - presumo.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
A comissão
A Igreja Católica constituiu uma comissão destinada a averiguar os eventuais abusos sexuais cometidos no seu seio. É uma comissão de nomes sonantes, capaz de assustar o mais mordaz dos ofendidos. Talvez se fosse uma comissão constituída por nomes mais humildes e discretos, em consonância com a humildade e a discrição da própria Igreja, sempre se diria que esta, a Igreja, não estaria verdadeiramente interessada nessa averiguação.
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
A pandemia prisional
- Portugal
tem uma taxa de encarceramento acima das recomendações internacionais –
tem 111% por 100 mil habitantes, quando deveria ter 100 ou menos;
- Portugal
tem dos maiores tempos de encarceramento – é o segundo de todos os países
do Conselho da Europa, muito próximo do primeiro (Azerbaijão), com um
tempo médio próximo do triplo da média europeia (dados de 2018).
Trata-se de valores
absurdos que desonram o país e que revelam deficiências nas políticas públicas,
nomeadamente nas políticas criminais que ainda mantêm a prisão como paradigma
da pena, que se mostram incongruentes com o facto insistentemente vincado de
que somos um dos países mais seguros do mundo.
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
Testemunhos de ver
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
30 de janeiro
O que leio e ouço, é sobre a culpa. O Presidente Marcelo também não se coibiu de a dizer: a culpa é da esquerda esquerda. Há quem pense e defenda que esse dia será o dia da guilhotina da esquerda. O comentador Marcelo, que em matéria de política é adivinho, talvez já o saiba. Sempre pensei que as crises deviam ser resolvidas em curto período de tempo, não permitindo o alastrar da incerteza política e social. O orçamento, que esteve na génese do problema, já deixou de o ser. Ter orçamento em março ou em junho tornou-se irrelevante.
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
O comentariado
Os trabalhadores do comentário, dos quais os professores Marcelo e Louçã são insignes representantes, estão em alta no PIB nacional. Da política ao futebol, a época é-lhes propícia; quando lhe juntam o economês, o comentário ganha cambiantes mágicos. As eleições para a Assembleia da República adivinham-se próximas; para uns, ainda não suficientemente longe, para outros, assim-assim. O comentariado, ideologicamente, está à direita da esquerda e à esquerda da direita, numa fraternidade que não pode deixar de comover os eleitores.
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
A indiferença
Na manhã de 15 de setembro, no Estabelecimento Prisional de Lisboa, Danijoy, de 23 anos, e Daniel, de 37 anos, ali detidos, morreram com uma diferença de 44 minutos. João Gorjão Henriques, no Público, subscreve uma preocupante investigação sobre o antes e o depois dessas mortes. Os procedimentos assumidos pelas autoridades no sentido de esclarecerem os factos, mesmo não havendo indícios de eventuais crimes, traduzem uma manifesta indiferença perante aquelas mortes. O número de mortes nas prisões portuguesas é excessivo: em 2020, ocorreram 75, 21 das quais por suicídio. Aliás, nesse mesmo dia, outro recluso morreu no estabelecimento prisional de Alcoentre. As condições carcerárias serão desumanas, o que entidades internacionais reconhecem, quer no que diz respeito às infraestruturas, quer no enquadramento psíquico e social. A metadona e os ansiolíticos, só por si, não resolvem os problemas. As famílias do Danijoy e do Daniel mereciam mais e melhores esclarecimentos.
sábado, 23 de outubro de 2021
O nó górdio
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Prevaricação
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Ortografias
terça-feira, 19 de outubro de 2021
A entrevista
terça-feira, 12 de outubro de 2021
Lei nº 9/2020
A Lei nº 9/2020, de 10 de abril, teve e continua a ter uma influência muito positiva: não apenas na prevenção da pandemia mas também na reinserção social. A sua aplicação, aliás justa, a Armando Vara provocou um alarido na confraria dos justiceiros, daqueles que concebem a justiça como um exercício de vingança. Seria condescender com essa confraria revogar precipitadamente a lei quando a preocupação com a pandemia continua, impondo uma terceira dose da vacina aos mais vulneráveis e, eventualmente, à população prisional.
sábado, 9 de outubro de 2021
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
O desconforto social
quinta-feira, 30 de setembro de 2021
A fuga
Um banqueiro ex ausentou-se para paradeiro incerto, com o alegado propósito de assim escapar ao cumprimento de uma pena de prisão. O país indignou-se, o que aliás não é difícil. A fuga é sempre uma possibilidade, mas, diga-se em abono da verdade, com grande probabilidade de insucesso. Num mundo global, fugir tornou-se penoso, mesmo para um banqueiro ex. Com processos que se arrastam durante anos, esta situação, ou idêntica, só não poderia verificar-se se não houvesse qualquer prazo para a prisão preventiva. O que importa averiguar não é a fuga mas o deambular dos processos. Perigosamente, a retórica contra as garantias volta ao espaço mediático.
terça-feira, 28 de setembro de 2021
Eleições
Abundam os analistas, escasseiam os políticos. Se houver conclusões a tirar destas eleições, esta será uma delas. Uma outra será a de que os apoios expressivos do General Eanes às candidaturas de Medina, em Lisboa, e de Machado, em Coimbra, não foram suficientes. Leio que as ciclovias poderiam ter prejudicado o incumbente de Lisboa. De facto, é possível que assim tivesse sido. Ainda não somos suficientemente ricos para nos sentirmos saturados de automóveis. O automóvel, esse ascensor social, continua a preencher o imaginário de uma parte significativa dos cidadãos. O ACP lá estará também a governar Lisboa. Em Vila Nova de Gaia, onde vivo, o PS ganhou com maioria absoluta. Além de uma louvável gestão nos mandatos anteriores, o Professor Eduardo Vítor Rodrigues beneficiou de não ter sido alvo da fama de potencial sucessor de António Costa. Claro que fiquei triste com a votação no PCP; mas já estou habituado. Estando naquela idade em que só se sabe votar por fidelidade, o que me resta esperar é, mais do que por outros rostos, por outras vozes.
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Prestígios
sábado, 4 de setembro de 2021
A ler
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
sexta-feira, 13 de agosto de 2021
Melhorar as condições carcerárias
For people who are in jails or prisons, experiencing nature virtually is usually their only option. A new study from University of Utah researchers finds that exposure to nature imagery or nature sounds decreased physiological signs of stress in the incarcerated, and spurred their interest in learning more about the habitats they experienced. The researchers also found that, in general, people didn’t strongly prefer visual to auditory nature experiences.
Para ler aqui
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
A ler
Excédés par le présumé laxisme des tribunaux, les justiciers autoproclamés s’évertuent à punir par eux-mêmes les fauteurs de trouble. Violant la loi pour maintenir l'ordre, ils s'improvisent détectives, juges et bourreaux. Adeptes du lynchage et autres châtiments spectaculaires, ils trouvent un nouveau public sur les réseaux sociaux.
terça-feira, 27 de julho de 2021
terça-feira, 20 de julho de 2021
segunda-feira, 19 de julho de 2021
Fragmentos
quarta-feira, 14 de julho de 2021
Respeito pela vida privada e familiar
segunda-feira, 12 de julho de 2021
Estratégias
domingo, 11 de julho de 2021
Questão moral
Nada na lei consente que se aplique uma medida de coação de prisão preventiva ou de obrigação de permanência na habitação enquanto não é cumprida, sem que tenha havido sinais de incumprimento, a medida de coação de caução que se considerou adequada. E isto tanto vale para uma caução de milhões, de milhares, de centenas ou de dezenas. Se assim não fosse, a um número significativo dos arguidos a quem foi aplicada medidas de coação de prisão preventiva ou de obrigação de permanência na habitação deveria ser dada a oportunidade de, consoante as possibilidades económicas de cada um, prestar caução substitutiva daquelas. Mais do que uma questão legal, seria uma questão moral.
segunda-feira, 5 de julho de 2021
segunda-feira, 3 de maio de 2021
Leituras
Em certos lugares da zona americana
uma distracção muito procurada consiste em assistir a um Spruchkammersitzung,
quer dizer, aos debates do tribunal de desnazificação. Um dos frequentadores
destes sítios é um homem com sandes embrulhadas num papel ruidoso, o qual, dando
mostras dum interesse nunca esmorecido, vê desenrolarem-se-lhe diante dos
olhos, raramente cansados, processos uns a seguir aos outros; conhece as salas
de audiência nuas destes palácios da justiça, meio destruídos pelas bombas,
onde já não há o menor vestígio da sádica elegância com que a justiça
habitualmente gosta de se ver rodeada. Seria errado pensar que ele se desloca
ao tribunal com as sandes para ali usufruir do tardio triunfo da justiça final.
É mais verosímil que se trate dum amador de teatro, que vem para aqui para
satisfazer a sua necessidade de arte cénica. Nas melhores ocasiões, isto é,
quando todos os participantes são suficientemente interessantes, um Spruchkammersitzung
constitui um drama cativante e de qualidade, alternando rapidamente entre o
passado e o presente, drama este que, por via dos intermináveis interrogatórios
das testemunhas, durante os quais nem um só dos actos dos réus, no decurso dos
doze anos considerados, é tido de somenos importância para ser silenciado, tem
o efeito de exercícios práticos de existencialismo. A atmosfera de
sonho e de irrealidade, em que se desenrola esta inspecção de pormenores provindos
das recordações lamentáveis ou medonhas duma nação inteira, suscita uma outra
associação de ideias de carácter literário. Nestas salas de sessão situadas no
topo de edifícios com tecto de clarabóia, as quais, com as janelas meio
muradas, as paredes absolutamente nuas, as suas frias lâmpadas incandescentes e
o seu pobre mobiliário danificado pelas bombas, criam o efeito duma
transposição para a realidade dos sótãos em cujos escritórios desertos se
desenrola O Processo, julgar-nos-íamos transportados para o mundo fantástico
de Kafka e do seu tribunal.
Do Capítulo OS TRÂMITES DA JUSTIÇA,
pags. 90/91
quinta-feira, 29 de abril de 2021
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Um Portugal (im)perfeito
domingo, 25 de abril de 2021
sexta-feira, 23 de abril de 2021
Uma vergonha
quarta-feira, 21 de abril de 2021
Leituras
terça-feira, 13 de abril de 2021
Concluios
Há crimes que são particularmente vulneráveis a essas urdiduras, com fortes impactos socias e políticos. Estarão, nessa situação, os crimes de natureza sexual ou económica.
Karine Moreno-Taxman*, procuradora americana, esteve no Brasil como “resident legal adviser”, e foi consultora das autoridades brasileiras onde se integrava o juiz Moro. Em 2009, na presença de Moro e de centenas de polícias federais, ensinou que num caso de corrupção é preciso correr atrás do rei de maneira sistemática e constante para o fazer cair, ou que, a fim de que o poder judicial possa condenar alguém por corrupção, é necessário que o povo deteste essa pessoa. Não estive presente nas conferências que o juiz Moro deu em Portugal, pelo que não posso afirmar que tenha sido tão didático como a procuradora americana.
segunda-feira, 12 de abril de 2021
O acórdão 90
domingo, 11 de abril de 2021
Serviço público
Megaprocessos
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Os submarinos
terça-feira, 30 de março de 2021
Os nós do populismo judiciário
terça-feira, 23 de março de 2021
Alianças
segunda-feira, 22 de março de 2021
A contaminação mediática
terça-feira, 16 de março de 2021
Um equívoco
domingo, 14 de março de 2021
Leituras
quinta-feira, 4 de março de 2021
Cartilhas
sábado, 6 de fevereiro de 2021
Memórias (Im)prováveis
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
O Portugal pequeno-corrupto
Do artigo de André Evangelista Marques, com o título em epígrafe, publicado pelo Público, em 28 de janeiro:
Se olharmos depois para a relação que cada um de nós mantém com o Estado e com a coisa pública, o que vemos muitas vezes é uma lógica privada de utilização dos recursos públicos. É assim nos serviços de saúde, onde a multiplicação de pequenos favores (a marcação de consultas contornando listas de espera, a admissão a hospitais fora da zona de residência, etc.) conduz a uma sobrecarga que bloqueia o sistema, quando não a uma confusão entre serviços prestados a título público e privado. É assim com todas as pequenas fugas ao fisco, que no conjunto diminuem de forma significativa a massa tributável. É assim no trânsito, onde todo o tipo de pequenas infracções (estacionar em segunda fila por “breves” instantes é o exemplo clássico) tornam a circulação mais difícil. E é assim em tantas outras circunstâncias em que cada um de nós se apropria do que é de todos.
Se olharmos para o mundo dos media e da cultura, vemos também uma distorção frequente do espaço público por interesses particulares que o tornam menos plural. Desde logo quando jornalistas, curadores e académicos, por vezes pagos com dinheiros públicos, escolhem destacar, programar ou escrever sobre o trabalho de artistas ou pensadores a quem os ligam relações pessoais ou de escola, sem terem em conta critérios mais objectivos.
Aludi a três aspectos em que se manifesta esta corrupção sem corruptos, mas os exemplos poderiam multiplicar-se. É fácil atribuir a responsabilidade aos outros, a uma classe em particular, às “chefias” ou a qualquer outra categoria abstracta. Mas a verdade é que incorremos demasiadas vezes em comportamentos deste tipo, quase sempre sem consciência de estarmos a corromper ou a ser corrompidos. Em alguns casos fazemo-lo como resposta resignada às ineficiências do sistema, como quando recorremos a uma cunha para conseguir tratamento para alguém doente, ou até com boas intenções, como quando prescindimos de uma factura por generosidade para com alguém mal pago."
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
Leituras
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
Apanhado acidentalmente (2)
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Apanhado acidentalmente
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
Tributo a António Manuel Hespanha
Mafalda Soares da Cunha
Introduction: A Great Historian and a Great Person
[ PDF ]
Angela De Benedictis
António Manuel Hespanha: a Constant Guide for My Research
[ PDF ]
Frederico de Lacerda da Costa Pinto
Hespanha is a Sage
[ PDF ]
Nuno G. Monteiro
António Hespanha e a Revista Penélope: Fazer e Desfazer a História
[ PDF ]
Fernando Bouza
António Manuel Hespanha and the Resignification of Habsburg Portugal (1580-1640)
[ PDF ]
Fernando Dores Costa
António Manuel Hespanha and the Commission for the National Commemoration of the Portuguese Discoveries
[ PDF ]
Pedro Puntoni
Revisionism in the Tropics: the Political Model of the Portuguese Colonial Empire, by António Manuel Hespanha
[ PDF ]
Raquel Sofia Lemos
Beloved Professor Hespanha
[ PDF ]
Para ler aqui.
sábado, 16 de janeiro de 2021
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Entradas de leão
Sobre a nomeação de um magistrado do Ministério Público para a Procuradoria Europeia, o Caso UGT veio de novo à baila.
A esse respeito, o Secretário-Geral da UGT, Carlos Silva, subscreveu uma nota para a comunicação social, da qual transcrevo:
É com profunda estranheza e repugnância que a UGT tem vindo a acompanhar as notícias de vários órgãos de comunicação social, sobre a nomeação do procurador José Guerra para o cargo de procurador europeu.
Estranheza pelo facto de a alegada carta enviada às instâncias comunitárias, a defender a nomeação deste magistrado, pelo Governo português, inclua no seu currículo a sua participação no Processo UGT, vislumbrando-se que tal referência nem sequer corresponde à verdade histórica do processo.
...
Ao Governo cabe nomear quem lhe aprouver, mas sobretudo não vislumbramos a necessidade, para efeitos curriculares, da referência ao que aconteceu num processo judicial, cujo epílogo terminou numa completa absolvição.
Sendo aquilo a que se poderia chamar um mega processo, o Caso UGT não será motivo de orgulho funcional para uma magistratura ou para um magistrado. Se é verdade que durante anos animou a comunicação social, é também verdade que na hora da sua apreciação judicial a pretensão do Ministério Público não obteve sucesso.
Idênticos exemplos se poderiam dar em que, a entradas de leão, corresponderam absolvições sonantes.
Nunca compreendi que estas situações, com pesados encargos para o Estado, não fossem sindicadas e avaliadas no sentido de se saber o que correu mal ou se fez de errado, se é que algo correu mal ou se fez de errado, e o que se poderia evitar no futuro.
É que absolvições em processos desta natureza não podem ser tidas como normais, sob pena do ruído à volta da justiça ser mais relevante do que a própria justiça.